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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Cumplicidades...e viagens (11)

Continuando a “telenovela” da nossa viagem a Creta, já com as malas praticamente arrumadas, recebo um telefonema do representante do Operador. Eram 22:30. A informação, que até julguei fosse brincadeira, era a de que o voo de regresso tinha sido cancelado (!) e não se sabia a que horas seria reposto. Logo que soubessem informariam…mas tínhamos que deixar os quartos (!) e aguardar a nova informação.

Liguei para Lisboa, para a Agencia que nos tinha vendido a viagem. Sendo no Aeroporto, está sempre aberta.
“Durmam tranquilos esta noite, porque o voo que vos irá buscar não saiu de Lisboa e só amanhã de manhã irá sair pelo que não se prevê que possa partir daí antes da hora do almoço” foi a resposta.

Dormimos, embora não muito tranquilos. Mandámos embora o funcionário que ia buscar as malas, o que provou que o hotel não tinha sido avisado de nada. Como veem, grande organização por ali acontecia!

No dia seguinte, de manhã, nova informação do tal representante local. Tínhamos que deixar os quartos até ao meio dia. Mas não sabiam a hora a que partiríamos. Telefonei novamente para Lisboa e comuniquei que a nossa posição era a de não deixar os quartos sem saber a que horas nos iam buscar. Foi o que fizemos e ainda bem.

Mais um tempinho e novo telefonema do representante. Saíamos às 07:00 do dia seguinte mas… íamos para o Porto! – o que era optimo, dizia o rapaz. Depois veriam passageiro a passageiro como fariam para os transportar para Lisboa…os que não quisessem ficar no Porto, claro (!). Delicioso!

Expliquei que eramos 6 da mesma família e que viajámos juntos…para Lisboa!!
É óbvio que nesta altura do campeonato já estávamos quase em desespero para sair de Creta fosse para onde e como fosse.

Mais um telefonema para Lisboa, uma reação de espanto do outro lado pois não tinham essa informação e o pedido de que aguardássemos.
O Hotel, entretanto, pedia-nos que libertássemos os quartos, o que não fizemos, embora já com os nervos à flor da pele.

Finalmente novo comunicado informava que seria no dia seguinte, sim senhora, não às 07:00 mas às 14:00 e…para Lisboa! Com outra Companhia Aérea e outra tripulação.
Podíamos permanecer no Hotel,  nos mesmos quartos e mantinha-se o regime alimentar como, aliás, seria natural.
E assim aconteceu.
 
Em frente ao nosso quarto, esperando notícias.

Agora, pensarão os que leram a história até aqui que afinal até foi bom, pois tivemos mais um dia que poderíamos aproveitar para passear ou fazer praia. Pois, mas, eis se não quando, o tempo esfriou e…começou a chover !

Mas somos bem dispostos e, felizmente, pragmáticos. Portanto, lá demos mais uns passeios enquanto o Pedro, que ficou no quarto, fazia amizade com uma gata que simpatizou com ele e lhe ronronou ao ouvido, coisa que ele parece ter apreciado. Até porque já não fazia o calor que até ali lhe tinha sido difícil suportar.
A Hermengarda sempre a fazer das suas...e a mana a captar a imagem

Lá vivemos mais esse dia e dormimos mais uma noite, partindo no dia seguinte à hora que nos tinham indicado.

E aí fomos nós muito contentinhos para o aeroporto.

Recordo-me de no aeroporto, já na sala de embarque, ter ficado mais descansada quando vi aterrar o avião da companhia que nos tinham informado que substituía a outra.
E, de facto, não tinha nada a ver com o voo de ida. Senti-me a viajar como se de um avião da TAP se tratasse. Bastantes tripulantes, todos uma simpatia, até o comandante falou a pedir desculpa em nome da organização, as refeições foram normais, enfim, isto amenizou um pouco o ambiente de nervosismo que se tinha instalado em todos os passageiros. Foi ainda muito curioso assistir a um dos assistentes de bordo, que, com muita graça, fazia passes de mágica, por sinal muito bem feitos, pondo toda a gente a rir.

E pronto. Chegou ao fim a aventura. Espero que tenham apreciado. 
Pediram e eu fiz a vontade. 

11 comentários:

  1. Respostas
    1. Espero que com este relato fidelíssimo e thrilleroso, ganhes palheta para continuar a escrever.
      Nós agradecemos.
      Um beijo do
      Xato

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    2. Tão gentil, este meu "Xato"!

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  2. Lúcia e Pedro, aconselho-vos a irem à bruxa antes de viajarem, contudo, a vossa boa disposição e cumplicidade, tornou um pesadelo em algo bom, que até deu para um documentário, muito bem escrito e assaz bem explícito. Parabéns! Ah! Também foi muito útil para mim. Um dia resolver ir até uma dessas ilhas, irei num voo normal ou então num cruzeiro. Obrigada.

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  3. Lúcia, das aventuras já mataste as saudades...Agora, para quando uma viagem a pensar ser normal????
    Adorei a tua escrita,
    E lá nos lembramos do velho ditado " Não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe"...
    Ficamos à espera de mais "desaventuras"
    Mas confessa, as tuas netas adoraram?!?!

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  4. Ora aqui está como se desperta de um pesadelo!
    Acorda-se no dia seguinte e pensa-se: ah!, foi um pesadelo.
    Mas:
    Não foi um pesadelo, pois. A amizade, a alegria de estarmos juntos, a compinchice, o suporte mútuo, a cumplicidade, isso foi real e perdurou para além do acordar.
    Foi a Lúcia que nos proporcionou isto.
    Foi bom?
    Foi.
    Queres mais?
    ãããã....

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  5. Olá, olá, cheguei!!! Já li tudo, só fico à espera da "história" da reclamação que, suponho, merece ser feita! Grande aventura, grande espírito e grande "savoir faire"!!! Pobre Pedro, suponho que foi o maior sofredor...

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    Respostas
    1. A reclamação é outro "livro" eheheh
      Contarei mais tarde.
      Quanto ao "sofredor" deixo para o próprio responder...se quiser, claro!
      Ah e ainda bem que chegaste...pronto, já estás perdoada!

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    2. Obrigada pelo perdão, amiga!
      Relativamente ao "sofredor", ele já foi "respondendo" umas coisas aos poucochinhos. E deu para perceber que "adorou"! Para o ano vai lá voltar!
      Beijinhos

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