Continuando a “telenovela” da nossa viagem a Creta, já com
as malas praticamente arrumadas, recebo um telefonema do representante do
Operador. Eram 22:30. A informação, que até julguei fosse brincadeira, era a de
que o voo de regresso tinha sido cancelado (!) e não se sabia a que horas seria
reposto. Logo que soubessem informariam…mas tínhamos que deixar os quartos (!)
e aguardar a nova informação.
Liguei para Lisboa, para a Agencia que nos tinha vendido a
viagem. Sendo no Aeroporto, está sempre aberta.
“Durmam tranquilos esta noite, porque o voo que vos irá
buscar não saiu de Lisboa e só amanhã de manhã irá sair pelo que não se prevê
que possa partir daí antes da hora do almoço” foi a resposta.
Dormimos, embora não muito tranquilos. Mandámos embora o funcionário
que ia buscar as malas, o que provou que o hotel não tinha sido avisado de
nada. Como veem, grande organização por ali acontecia!
No dia seguinte, de manhã, nova informação do tal
representante local. Tínhamos que deixar os quartos até ao meio dia. Mas não
sabiam a hora a que partiríamos. Telefonei novamente para Lisboa e comuniquei
que a nossa posição era a de não deixar os quartos sem saber a que horas nos
iam buscar. Foi o que fizemos e ainda bem.
Mais um tempinho e novo telefonema do representante. Saíamos
às 07:00 do dia seguinte mas… íamos para o Porto! – o que era optimo, dizia o
rapaz. Depois veriam passageiro a passageiro como fariam para os transportar
para Lisboa…os que não quisessem ficar no Porto, claro (!). Delicioso!
Expliquei que eramos 6 da mesma família e que viajámos
juntos…para Lisboa!!
É óbvio que nesta altura do campeonato já estávamos quase em
desespero para sair de Creta fosse para onde e como fosse.
Mais um telefonema para Lisboa, uma reação de espanto do
outro lado pois não tinham essa informação e o pedido de que aguardássemos.
O Hotel, entretanto, pedia-nos que libertássemos os quartos,
o que não fizemos, embora já com os nervos à flor da pele.
Finalmente novo comunicado informava que seria no dia
seguinte, sim senhora, não às 07:00 mas às 14:00 e…para Lisboa! Com outra
Companhia Aérea e outra tripulação.
Podíamos permanecer no Hotel, nos mesmos quartos e mantinha-se o regime
alimentar como, aliás, seria natural.
E assim aconteceu.
Em frente ao nosso quarto, esperando notícias.
Agora, pensarão os que leram a história até aqui que afinal
até foi bom, pois tivemos mais um dia que poderíamos aproveitar para passear ou
fazer praia. Pois, mas, eis se não quando, o tempo esfriou e…começou a chover !
Mas somos bem dispostos e, felizmente, pragmáticos.
Portanto, lá demos mais uns passeios enquanto o Pedro, que ficou no quarto,
fazia amizade com uma gata que simpatizou com ele e lhe ronronou ao ouvido,
coisa que ele parece ter apreciado. Até porque já não fazia o calor que até ali
lhe tinha sido difícil suportar.
A Hermengarda sempre a fazer das suas...e a mana a captar a imagem
Lá vivemos mais esse dia e dormimos mais uma noite, partindo
no dia seguinte à hora que nos tinham indicado.
E aí fomos nós muito contentinhos para o aeroporto.
Recordo-me de no aeroporto, já na sala de embarque, ter
ficado mais descansada quando vi aterrar o avião da companhia que nos tinham
informado que substituía a outra.
E, de facto, não tinha nada a ver com o voo de ida. Senti-me
a viajar como se de um avião da TAP se tratasse. Bastantes tripulantes, todos
uma simpatia, até o comandante falou a pedir desculpa em nome da organização, as
refeições foram normais, enfim, isto amenizou um pouco o ambiente de nervosismo
que se tinha instalado em todos os passageiros. Foi ainda muito curioso
assistir a um dos assistentes de bordo, que, com muita graça, fazia passes de
mágica, por sinal muito bem feitos, pondo toda a gente a rir.
E pronto. Chegou ao fim a aventura. Espero que tenham apreciado.
Pediram e eu fiz a vontade.