Nem só de pão vive o homem

Nem só de pão vive o homem
mas também de observar

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ainda o Natal...




Natal

A chuva cai forte e melódica
A lenha crepita na lareira
A poesia surge de forma metódica
Fazendo-se passar por brincadeira

Um jogo de emoções e sentimentos
Alegria misturada com tristeza
E em turbilhão meus pensamentos
Procuram a razão da incerteza

Do medo da criança assustada,
Das convicções em que tropeço
Tantas vezes (!) quase por tudo e por nada.
Dos laços do amor em que me aqueço

Do que não se explica, que é mistério…
De Deus, do infinito e de todo o Universo.
Não se brinca, que o assunto é sério…
Diria mesmo que chega a ser perverso

Pois enquanto estas dúvidas assolam
A minha mente assim alvoroçada
Crianças e velhos por aí estiolam
Do Natal sabendo quase nada.

L.C.

7 comentários:

  1. Será que o L.C. quer dizer aquilo que penso que seja? Passas a ser o "meu" Fernando Pessoa, ou seja, outro heterónimo, mas desta vez "meu" particular. E como a idade faz crescer... linguisticamente é claro, é aqui que reside o meu espanto. Vou-te enviar, conforme combinado, antigas "prosas" deste novo "heterónimo", para poderes estabelecer uma comparação... não há palavras!!! Especialmente porque estes versos estão de deixar de boca aberta. Parabéns, amiga!

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  2. É claro que é o que tu pensas que é. Mas se queres um heterónimo podes chamar-lhe "Élecê".
    Estou ansiosamente à espera das tais prosas prometidas...também preciso de rir um bocadinho.
    Beijinho e obrigada pelo elogio.

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  3. Já agora informo que a foto foi tirada por mim e é mesmo da minha lareira.

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  4. Lucinha, neste particular (a foto da lareira) não posso render-te a minha homenagem, porque acho que te suplantei com a foto que fiz da minha própria lareira e que vou então pôr no meu blog para poderem apreciar. Me perdoa, mas já bastaram os versos para me "arrasar"... "Inbejosa"!!!...

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  5. Mas "Élecê", aconselha as pessoas que aumentem na totalidade a foto da lareira, porque aprecia-se assim muito melhor. Em pequenino não se percebe muito bem a verdadeira "chaminé" que ali foi construída. E está gira, sim, tenho que dar a mão à palmatória... (este comentário só o faço agora, esperando que já tenham ido apreciar a minha foto. PLIM! PLÃO!)

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  6. Lucinha
    Tal como tu, se é que te connheço bem, também tenho andado um pouco arredia, daí ainda não ter comentado as tuas belas e profundas publicações. Então cá vai: Não conheço a tua chaminé, mas quanto ao fogo, já sei que és fogo que arde sem arder, etc, etc, etc, mas a tua chama aquece sempre os corações mais necessitados e portanto não vou fazer comparações entre fogos. Até porque não sou classificada na matéria, para isso teríamos que chamar os profissionais dos fogos, os nossos valerosos bombeiros, que muito admiro. Mas não nos desperçamos e voltemos aos finalmente. À Stella dei-lhe o Emmy da melhor animação e a ti dou-te o da melhor poetisa. Já sei, já sei, agora vou ter as "outras" à perna, a reclamar os delas, mas quando isso acontecer, cá estarei.
    Espero que as fagulhas não te tenham atingido, nem ao Pedro e que para o ano , estejas mais bem disposta para nos mostrares o teu pinheiro,
    Beijocas

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  7. L.C. e "Élecê", com os vossos heterónimos estão a dar-me cabo dos "neurónimos", perdão, neurómios. Ai se o Fernando Pessoa cá viesse...

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