
Natal
A chuva cai forte e melódica
A lenha crepita na lareira
A poesia surge de forma metódica
Fazendo-se passar por brincadeira
Um jogo de emoções e sentimentos
Alegria misturada com tristeza
E em turbilhão meus pensamentos
Procuram a razão da incerteza
Do medo da criança assustada,
Das convicções em que tropeço
Tantas vezes (!) quase por tudo e por nada.
Dos laços do amor em que me aqueço
Do que não se explica, que é mistério…
De Deus, do infinito e de todo o Universo.
Não se brinca, que o assunto é sério…
Diria mesmo que chega a ser perverso
Pois enquanto estas dúvidas assolam
A minha mente assim alvoroçada
Crianças e velhos por aí estiolam
Do Natal sabendo quase nada.
L.C.