Nem só de pão vive o homem

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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Palavras

Voltei a lembrar-me que se deve escrever todos os dias. O tal mínimo de 400 palavras, sobre o que se aprendeu nesse dia ou outro assunto qualquer. Não tenho escrito, estou em falta comigo. Vai sendo costume.
Há dias em que as palavras vêm ter comigo. Eu gosto de palavras e talvez por isso elas me procurem. Mas não é todos os dias que isso acontece. Por vezes elas escondem-se e sou eu que tenho que as procurar e nem sempre as encontro, pelo menos na versão e com o significado que preciso para demonstrar o que pretendo. Também é verdade que nem sempre sei o que pretendo, só sabendo que preciso das palavras para me sentir eu. Quando elas não me procuram fico preguiçosa para as ir buscar. Fico assim um pouco sem saber quem sou, cheia de interrogações e dúvidas.
Bom, mas então o que aprendi hoje? Há, pelo menos uma coisa a referir especialmente. Que levantar mais cedo, às vezes, é bom. Muito prosaico. Porquê hoje? Porque gosto de viajar de carro durante o dia, o que já vai sendo raro. Geralmente saímos ao fim da tarde e fazemos uma parte da viagem de noite. Refiro-me, naturalmente, às viagens de e para o Alentejo. Hoje, o Pedro e eu decidimos sair de manhã. Não conseguimos que assim fosse mas… foi depois de almoço, pronto, sempre foi mais cedo. Devia ter sido ontem e já tínhamos as malas arrumadas e tudo, mas…ui, ontem foi um dia agitado. Assim, de repente, decidimos trocar de carro. Uns telefonemas, uma ida ao concessionário e…já está. Carro novo, vida nova. Mais uma razão para a saída no dia seguinte, viajando com sol. Assim foi.

Fizemos o mesmo caminho do costume mas hoje parecia diferente. Vimos campos lindos de searas com sobreiros e outras árvores pelo meio. Diversos matizes de lilás, laranja, amarelo, sem esquecer o vermelho das papoilas que nesta altura dão um colorido especial à terra. Passarinhos pelo meio. Gostei da viagem. Parámos no sítio do costume para esticar as pernas e tomar um cafezinho. O empregado que já nos conhece estava particularmente conversador. Muito empolgado afirmou que tinha feito uma visita a uma instalação (talvez) fabril ali perto e tinha ficado ciente pelas informações que ouvira que no Alentejo havia pleno emprego (!). Não havia fábricas encerradas ou com pouca laboração. Tudo funcionava bem e em pleno. Fiquei a pensar no assunto. Há poucos dias um pequeno empresário alentejano que esteve em nossa casa, queixou-se da dificuldade que sentia para sobreviver porque, não podendo admitir empregados, por falta de verbas para lhes pagar, tinha que ser ele a fazer quase tudo. Contrastes e desequilíbrios. A nossa sociedade está cheia deles. Aqui, faltam-me as palavras para descrever o que sinto e penso sobre o assunto. Talvez amanhã as encontre. Hoje fico-me por aqui.

(imagem tirada da net)

10 comentários:

  1. Tentei publicar isto ontem mas não consegui...a net alentejana não deixou.

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  2. Lúcia, li hoje o que escreveste e como sempre, palavras é que não te faltam. Assim acontecesse comigo! Muitas coisas teria para escrever, mas as palavras fogem-me. Tanta coisa que tenho na cabeça, neste momento, mas também tenho dores por todo o corpo e essas, só me dão náusea. As únicas palavras que encontro, a
    são, Meu Deus, aliviai-me. Vou ver um médico à tarde. Quem sabe? Talvez venha com muitas palavras.....beijos e continua a escrever, para nós, gosto muito de te ler e de ti. Beijos

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    1. Obrigada, amiga! Como sempre, uma querida.
      Desejo-te as rápidas melhoras e...sei que também tu tens belas palavras para partilhar, porventura melhores que as minhas.. Espero que o possas fazer em breve.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Olha que bela troca de... palavras! Hoje então eu estou "muda"! Deve ser do tempo... Tivemos um dia "hospitalar" (só exames!) e durante todo o tempo de permanência lá só pensava... na minha cama! Oh que bela visão! É que, contrariamente à Lúcia, tivemos que nos levantar às 7 h da manhã e, como sempre, eu tinha adormecido lá para as 4 h... Portanto justifica-se plenamente a minha "visão" permanente... E, pior ainda, chegada a casa não consigo nem sequer deitar-me, quanto mais dormir... Lá para as 4 novamente, talvez!
    Espero que a ida da Milú ao médico tenha sido proveitosa e que esteja com menos dores e com melhor disposição... para tudo e para as "palavras"!
    Continua com estes teus exercícios, Lucinha, que é sempre bom ler-te!

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  5. Primeiro que tudo espero que o Pedro não vá com esse ar enquanto tu conduzes....
    Depois gostei de saber que tinhas apreciado o teu Alentejo, lindo em Maio, e que me fez recordar uma viagem que fiz por esta altura a Moura e parámos imensas vezes para apreciar essas lindas paisagens.
    Quanto aos finalmente, preferia que o empregado do café estivesse com a razão...
    Cá fico á espera de mais palavras....

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    1. Um dia vens connosco, Bé...comigo a guiar e ele ao lado. Ainda por cima com carro novo...eheheh.

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  6. Vês Lúcia, eu bem digo que não corres o risco de aparecer aí piratas. Andaram em Moura, uma veeeeeeeez, e mudaram de direcção.

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    1. Oh Milú, olha que Moura não fica assim tão longe daqui...se mudaram de direcção...quem sabe para onde terão ido.

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  7. Bom, deixa-me cá dizer alguma coisa....
    Lurdinhas, dessa vez que fui a Moura com o Zé Manel, foi ainda no século passado...acho que nem a Lúcia ainda tinha a sua herdade...

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